Hoje entrevistamos Carolina López, responsável do departamento técnico e de I&D, para nos explicar como as tecnologias de visão artificial evoluíram e qual é o processo de desenvolvimento de novas soluções.
INFAIMON – Bom dia, Carolina. É um prazer poder conversar hoje contigo e conhecer em primeira mão o importante trabalho que o teu departamento realiza. Para começar, podes contar-nos como foi o teu início na INFAIMON e desde quando trabalhas como Diretora do Departamento Técnico?
CL – O prazer é meu. Bem, estou na INFAIMON desde março de 2006 e estou como responsável do departamento técnico desde o início de 2019 aquando da transferência oficial de funções do Toni Ruiz, o anterior CTO e atual Diretor Executivo.
Anteriormente, desempenhava funções de técnica especializada numa linha de produtos orientada para o mercado científico: soluções para microscópios, sistemas de análises laboratoriais, etc. Mas desde o início da minha carreira sempre estive em contato com a tecnologia de imagem infravermelha e hiperespectral, que durante todos esses anos foi evoluindo para o setor industrial.
INF – Que papel achas que o departamento técnico desempenha na INFAIMON?
CL – Embora a nossa ponta de lança seja o departamento comercial, somos a sua base e apoio, pois dependem em grande medida do nosso conhecimento técnico acumulado ao longo dos anos. Embora tenhamos crescido muito ultimamente, contamos com uma equipe de técnicos altamente experientes que se dedicam à visão artificial há muitos anos.
INF – E qual é o perfil da tua equipe?
CL – Bem, é formado por engenheiros informáticos e industriais, diplomados, físicos e óticos. Também contamos com técnicos de controle de qualidade. Inclusive o nosso departamento comercial é formado por engenheiros. Na INFAIMON, o conhecimento técnico é muito valorizado.
«SOMOS MULTIMARCAS: NÃO SOMOS CASADOS COM NENHUMA MARCA OU TECNOLOGIA ESPECÍFICA»
INF – Como é o teu dia a dia, em que consiste principalmente o teu trabalho?
CL – A verdade é que o dia a dia é bastante complexo. No nosso departamento somos cerca de 20 pessoas entre suporte e área de I&D. Prestamos principalmente suporte ao cliente que trabalha na linha, o que implica uma organização de recursos muito ágil e eficiente.
Com a ideia de abrir as possibilidades da visão artificial no setor industrial, há muitos anos que passamos a oferecer não só o produto e suporte, mas também o serviço, principalmente para clientes interessados em aprender a integrar a visão artificial nos seus sistemas. Ou seja, temos a preocupação em aconselhar e formar os nossos clientes, mas também dar apoio em picos de trabalho. Alguns deles não têm experiência anterior em visão artificial e nós ajudamos a dar esse salto.
INF – No ano passado a INFAIMON integrou o grupo alemão STEMMER IMAGING. Isto representou alguma mudança na forma de trabalhar do departamento que lidera?
CL – Bem, a verdade é que tem sido uma mudança positiva porque agora temos um departamento técnico maior. O facto de podermos contar com os recursos de um grupo como a STEMMER IMAGING dá-nos acesso a profissionais com muitos anos de experiência com os quais trabalhamos juntos e isso é, portanto, uma vantagem.
«A visão artificial evoluiu de maneira espetacular nos últimos anos e cada tecnologia nova que surge é um novo desafio.»
INF – A INFAIMON é especialista em sistemas de visão artificial e análise de imagens. Como essas tecnologias evoluíram desde que a empresa começou?
CL – A mudança foi espetacular, especialmente quando comparada ao tipo de aplicações que podíamos enfrentar com soluções de visão há 25 anos, quando a empresa começou. Considere que, nas suas origens, a INFAIMON estava virada para o setor científico, comercializando sistemas de visão para laboratórios. Mas, à medida que vais vendo possibilidades, vão surgindo novas necessidades.
Antigamente eram descartados os projetos que não se podiam resolver com as tecnológicas disponível naquele momento (basicamente 2D e cor). Mas hoje já temos técnicas 3D que fornecem mais informação e também já levamos algum tempo a trabalhar com inteligência artificial, Deep Learning, técnicas de processamento que se parecem mais com a forma de pensar do nosso cérebro. A evolução foi abismal.
INF – Suponho que ainda existem desafios.
CL – Claro. Encontras sempre aplicações que precisam de dar um pequeno salto porque falta mais resolução ou alguma ferramenta de análise. O Deep Learning continua a evoluir e vamos ver até aonde nos leva. Cada vez que surge uma nova tecnologia, é um novo desafio para nós.
INF – Quais setores que achas que estão mais habituados a ter visão artificial nos seus processos?
CL – Bom, sem dúvida o maior mercado é o setor automóvel, onde existem requisitos de qualidade muito específicos para a produção de componentes que obrigam as indústrias auxiliares a terem visão artificial para fornecer esse nível de qualidade. Estamos a fazer projetos para grandes empresas como Nissan, Mercedes e Volkswagen.
Também temos cada vez mais clientes no setor alimentar. Trabalhamos com integradores que estão a implementar soluções para a Mercadona. Como consumidores estamos cada vez mais exigentes e isso acaba por se traduzir num maior nível de exigência do próprio fabricante.
INF – E o mais reticente?
CL – Bem, na verdade é o setor agrícola que em Espanha é muito tradicional e ainda funciona muito manualmente, ao contrário de outros países como os EUA ou a Austrália, onde as técnicas de visão estão mais desenvolvidas no setor.
INF – Que fatores fazem decidir por uma ou outra tecnologia quando tens que enfrentar um novo projeto?
CL – Quando recomendamos uma tecnologia em vez de outra para um projeto, fazemos por meio de algum tipo de teste que usamos como referência para entender o que podemos precisar ou que problemas podem surgir, ou quais soluções esta tecnologia nos dá em comparação com outra. Mas geralmente fazemos um estudo de viabilidade. A equipe de vendas apresenta um desafio, um problema do cliente, e procuramos uma maneira de resolvê-lo.
«O InPicker é o maior desafio que tivemos até agora e também o nosso maior sucesso.»
INF – Como é determinado o desenvolvimento de novas soluções? De que forma? Podes dar um exemplo?
CL – Aqui é fundamental o contato com o departamento comercial. Um bom exemplo é o Bin Picking. Começamos a receber um grande número de consultas de clientes que necessitavam deste tipo de solução e estrategicamente vimos que havia um nicho muito interessante. Por isso foi decidido entrar totalmente neste. Era um caminho a seguir que nos obrigava a entrar na combinação da visão com a robótica.
O InPicker é o maior desafio que tivemos até agora e envolveu inclusive fazer uma divisão no departamento técnico com a criação do departamento de I&D. Também foi o projeto de maior sucesso. Ainda estamos focados na visão artificial, mas agora temos especialistas dedicados à robótica, comunicações, etc. Está a contribuir para novas perspetivas e acesso a novos clientes.
INF – E para terminar, como vês o futuro do teu departamento?
CL – Sem dúvida nenhuma, o futuro está no serviço: o cliente quer que o ajudemos e essa é a melhor forma de crescer mutuamente.
INF – Muito obrigado, Carolina. Desejamos a ti e à tua equipe boa sorte nos vossos novos desafios.
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